sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Vestuário Burguês e Aristocrático

O vestuário do século XIX foi influenciado pela revolução industrial e pelo triunfo da burguesia. Surgiram novos tipos de tecidos e novas possibilidades de os colorir, desenhar, armar, segurar e coser. A moda alargou-se da nobreza à burguesia e, em certos casos, até ao povo, passando a ser definida por grandes costureiros e modistas. A França manteve a tradição da pátria da moda, embora a Inglaterra também desempenhasse um papel de relevo, sobretudo no vestuário masculino.
A moda passou por quatro grandes estilos: (...) «Império» desde os começos do século até aproximadamente 1815; «Romântico», de 1815 até cerca de 1850; «2º Império», de 1850 até 1870; e estilo «Belle Époque», de 1870 até à Primeira Guerra Mundial.

No que respeita ao traje feminino, usaram-se sempre saias compridas, até ao chão, deixando-se por vezes ver o pé. A cintura usou-se alta, pouco abaixo dos seios, durante o estilo «Império», descendo depois para o seu lugar natural. Quanto à saia, foram-se alargando os seus volumes e roda, chegando a usar-se, por baixo do vestido, uma armação de lâminas de aço e barbatanas _ a chamada crinolina _ ou ainda quatro saias interiores de tecidos duros para permitir um máximo de volume. Esta moda atingiu o auge entre 1845 e 1866. Depois, abandonou-se a crinolina mas passou a usar-se por baixo do vestido, sobre os rins, uma espécie de almofada _ a tournure _ que levantava a saia atrás. A partir da década de 1890 a saia simplificou-se, mas surgiram grandes mangas de balão.


Desde 1815 os cabelos usaram-se sempre compridos, mas na forma de canudos, de tranças apanhadas, de bandós, de carrapitos no alto da cabeça, etc. Por cima punha-se um chapéu, de que houve variados modelos. Os da «Belle Époque» começaram por ser minúsculos, aumentando depois de tamanho e adornando-se com toda a espécie de enfeites. O estilo «Romântico» foi ainda caracterizado por os seus famosos xailes de caxemira, que as senhoras da alta sociedade traziam por cima do vestido, em posições várias.
A moda feminina estava em constante mudança, sendo publicados em todos os países jornais de modas que ensinavam as damas elegantes a vestir-se segundo os últimos modelos de Paris.





O traje masculino mostrou-se menos dado a modas e a variações. A generalização do trabalho a todas as classes e o conceito de homem másculo, pouco interessado em «trapos», impuseram-se pouco a pouco.Mas também o seu vestuário sofreu algumas evoluções.
Três das peças principais do traje masculino foram a casaca, o colete e as calças. Mas a casaca saiu gradualmente do uso quotidiano para se transformar em traje de cerimónia. Em sua substituição surgiram a sobrecasaca, que descia abaixo dos joelhos e o casaco, à maneira de hoje, aparecido no começo da «Belle Époque» . As calças, que muitos ainda usavam de tipo calção durante o estilo «Império», eram compridas, surgindo o respectivo vinco só no final do século.

Durante muito tempo preferiram-se tecidos diferentes para a casaca (ou seus substitutos), o colete e as calças. por baixo vestia-se uma camisa e punha-se sempre uma gravata, cuja forma variou muito. A casaca de cerimónia, preta a partir do estilo «"º Império», sofreu depois a concorrência do smoking, usado aliás em momentos diferentes.
Na cabeça usava-se sempre chapéu, sendo o chapéu alto o preferido. Na «Belle Époque» generalizaram-se o chapéu de coco e, mais tarde, o chapéu mole e o palhinha (chapéu de palha) no tempo quente.
Foram grandes a profusão e a variação de uniformes, não só dentro das Forças Armadas mas também para distinguir numerosas profissões. Surgiu igualmente o vestuário desportivo. As crianças e os adolescentes passaram a ter as suas próprias roupas.
O cabelo masculino usou-se em geral cortado mas com penteados vários. nos meados e finais do século apareceram bigodes, barbas e suíças em quantidade mas obedecendo sempre aos ditames da moda.

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